02 outubro 2014

OUTUBRO ROSA - PREVENÇÃO DO CÂNCER DE MAMA EM ANIMAIS

O mês de Outubro ficou conhecido como o mês da conscientização e prevenção ao câncer de mama, que é o câncer mais comum em mulheres e é extremamente grave. Jamais devemos deixar de afzer os exames preventivos!

Aproveitando então o clima do Outubro Rosa, vim lembrar que o câncer de mama (ou Neoplasia da Glândula Mamária) também é o câncer mais comum em cadelas e o terceiro mais comum em gatas.
Muitas vezes quando é detectado tardiamente já se espalhou por outros órgãos e acaba por ser fatal.
E apesar disso tudo é uma doença que pode ser facilmente prevenida.

Fatores de risco
Os fatores de risco para desenvolvimento de câncer de mama nos animais são:
  • Animais não castrados;
  • Administração rotineira de progestinas afim de inibir o cio (injeções anti-cio);
  • Cadelas (não castradas precocemente) com mais de 6 anos de idade;
  • Gatas (não castradas precocemente) com mais de 8 anos de idade;
  • Dieta com excesso de carne vermelha (ainda não foi completamente comprovado);
  • Animais obesos (principalmente os que já eram obesos antes de 1 ano de idade);
  • Cães que já apresentaram algum tipo de neoplasia mamária benigna.
 Obs: Gatos Siameses tem o dobro de risco de desenvolver Carcinoma mamário (assim como todas as raças associadas ou cruzas de Siamês). Os cães com maior predisposição são os Poodle, Boston Terrier, Dachshund (salsicha), Pointer, Cocker Spaniel, Setter Inglês e animais sem raça definida.

Sinais de alerta
Fique sempre atento aos seguintes sinais e procure um veterinário de confiança caso encontre algum deles:
  • Aparecimento de nódulos palpáveis nas mamas, pequenos ou grandes, moles ou firmes, próximo das mamas ou mesmo longe delas;
  • Dificuldade de respirar (metástases pulmonares);
  • Anorexia (falta de fome) e perda de peso podem ser sinais;
  • Secreções que saem das mamas sem que o animal esteja em fase de amamentação;
  • Mamas inchadas fora do cio e período de amamentação;
  • Ulcerações e machucados na região das mamas;
  • Claudicação (animal mancando) sem motivo aparente (metástases ósseas).
 O Diagnóstico
O diagnóstico é feito a partir de exame minucioso, histórico detalhado do animal e exames complementares.

A citologia é o exame onde se faz uma punção do local do nódulo com agulha fina, é indolor e não necessita de sedação. Normalmente é o primeiro exame a ser feito em caso de suspeita de câncer de mama, ele normalmente dá uma idéia do que está acontecendo ali e se é indicado ou não um exame histopatológico para se visualizar o tecido mais detalhadamente.

A histopatologia é feita se retirando um fragmento maior de tecido, o próprio nódulo e/ou algum linfonodo satélite do local da lesão. Este exame necessita de anestesia local e muitas vezes, dependendo do tamanho e local do tumor, de anestesia geral e pode ser feito também durante a retirada do tumor em cirurgia.

A radiografia, principalmente do tórax, é o exame utilizado para se visualizar dentro dos pulmões a procura de metástases pulmonares do câncer.

A ultrassonografia é feita para se visualizar os órgãos internos, se possuem ou não metástases, e também os linfonodos, se estão acometidos ou não.

O Tratamento
Caso seja confirmada a presença de câncer de mama, o tratamento será escolhido de acordo com o animal (idade, condição física), de acordo com o tamanho e localização do câncer, de acordo com o estágio em que foi feito o diagnóstico e se há ou não metástases em outras partes do corpo.

O Tratamento Cirúrgico é o mais comum. Nele geralmente é retirada toda a cadeia mamária do lado acometido pelo câncer e seus linfonodos acometidos. Normalmente se espera a completa cicatrização desta cirurgia e submete o animal à retirada da cadeia mamária do outro lado também, pois normalmente as células cancerígenas já se espalharam pelas duas cadeias e não vale apena o risco.

A conduta de não se fazer os dois lados ao mesmo tempo é a falta de pele na região do tórax que algumas raças tem, o que tornaria impossível de se fechar a ferida cirúrgica, já que é preciso que se retire também parte do tecido sadio para se manter uma margem de segurança, onde se procura ter certeza de que não ficou nenhuma célula cancerígena no local que possa fazer o câncer voltar. Por isso normalmente se faz a cirurgia em duas partes.

O Tratamento Medicamentoso geralmente é utilizado em conjunto, como complemento do tratamento cirúrgico para uma maior certeza de matar qualquer célula anormal que pode ter sobrado no corpo após a cirurgia.
Também pode ser utilizado como único tratamento quando há muitas metástases pelo corpo, ou neoplasias que não se consegue extirpar cirurgicamente.
O tratamento medicamentoso é feito utilizando seções de Quimioterapia.

Prognóstico
O prognóstico vai depender de vários fatores, principalmente do estágio em que foi diagnosticado o tumor, o tipo de tumor encontrado, o sucesso do tratamento cirúrgico, a resposta do tumor aos medicamentos e do grau de metástases encontradas.
Cada caso precisa ser avaliado separadamente pelo médico veterinário e mesmo assim é impossível fazer uma previsão exata do que irá ocorrer.

Como manter meu animal livre desta doença terrível?
Como dito anteriormente, você pode e deve se informar e informas às pessoas que adquirem animais sobre a prevenção do câncer de mama nos animais:
  • Castre seu animal precocemente, antes do primeiro cio!
    Animais que são castrados a partir do quarto mês de vida, antes do primeiro cio se manifestar, tem apenas 0,5% de chance de desenvolver câncer de mama futuramente.
    Até o terceiro cio há estudos mostrando que ainda há uma redução na chance, mas já não tão significativa quanto antes do primeiro cio.
  •  Nunca aplique injeções anti-cio em seus animais!
    Como já dito anteriormente, estes hormônios injetados nos animais para prevenção de cio aumentam muito a chance de seu animal desenvolver câncer de mama. Jamais faça uso destas injeções frequentemente. Castre!
     
  • Mantenha vigilância constante!
    Sempre examine as mamas de suas cadelas e gatas e ao menor sinal de algo diferente procure logo um veterinário!

    Mito sobre o tumor de mama:
    Alguns mitos podem levar os proprietários a assumirem uma porção de riscos desnecessários os seus animais. Provavelmente você já escutou eles por aí. Fique atento!

    • Se eu cruzar pelo menos uma vez a minha cadela (ou gata) ela não terá câncer de mama. MITO!
      Esse é um dos maiores mitos e pode fazer com que o proprietário ache que seu animal está protegido contra o câncer, quando na verdade nada mudou. Animais que tiveram cria ou que cruzaram alguma vez na vida e mesmo várias vezes não possuem risco menor de terem Câncer de Mama!
    • Cadelas e gatas que nunca cruzaram terão com certeza câncer de mama.
      MITO!
      Como dito antes, ter cruzado ou não, ou ter tido filhotes ou não não muda absolutamente nada nas chances de um animal ter câncer de mama.
      A única coisa que diminui realmente a chance é a castração precoce!

    Espero ter tirado algumas dúvidas e mostrar o quanto a castração é importante.
    Dúvidas e sugestões deixe nos comentários ou envie-me um email.
    Obrigada a todos e compartilhem o OUTUBRO ROSA!